segunda-feira, 25 de abril de 2011

A uma flor...








                                
Rosa negra


Ao percorrer um jardim exposto na rua
Uma rosa negra atraiu meu vago olhar
Pétalas escuras que reluziam com o brilho da lua
De uma forma especial conseguia se destacar

Não era igual às outras flores, criadas
Para se tornarem cópias igualadas
Baseadas num modelo imposto de beleza

Modelo esse de beleza artificial e destrutivo
Homogenizando as flores num grande ciclo repetitivo
Distorcendo a diversidade da própria natureza

Mas para meu espanto, no olhar de outras pessoas
Aquela rosa não era tão bela quanto eu dizia
Pois nesta linda negra rosa não havia
As propriedades padronizadas de uma beleza insossa

Tolos de visão embaçada pela mediocricidade
Enxergam apenas com suas pupilas gastas
Pois a beleza externa se apodrece com a idade
E belezas repetitivas enojam por serem forçadas

E quando a beleza preenche o ser interior
Ela ocupa até os recôndidos da célula
Essa beleza extravassa para o ser exterior
Deixando mais belo o que antes já era

Diferente de certas flores que exalam chorume
Ó rosa negra, tu liberas um magnífico perfume
E isso me faz declarar com o mais puro afeto
Que o diferente é que é deliciosamente belo!

4 comentários:

  1. "E isso me faz declarar com o mais puro afeto
    Que o diferente é que é deliciosamente belo!"

    Falou tudo agora.

    =)

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  2. "Tolos de visão embaçada pela mediocricidade
    Enxergam apenas com suas pupilas gastas
    Pois a beleza externa se apodrece com a idade
    E belezas repetitivas enojam por serem forçadas.

    E quando a beleza preenche o ser interior
    Ela ocupa até os recôndidos da célula
    Essa beleza extravassa para o ser exterior
    Deixando mais belo o que antes já era"


    Bom,muito bom.

    Estou lhe seguindo,amo boas poesias ;)

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  3. As propriedades padronizadas de uma beleza insossa, forte frase.

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