terça-feira, 17 de maio de 2011

Porque não falar de amor...
















Descrição cardiológica


Numa longínqua câmara que se esconde em meu corpo
Existe um artefato chamado meu coração
Há momentos em que ele se assemelha a uma quimera
Em outros não parece orgânico, e sim composto de pedra
Mas o sangue que o impulsiona é principalmente a razão

Ó quimera! Leão, águia e cobra constituem teu corpo
Leão por ser imponente na sua personalidade
Águia por amar a mais justa liberdade
Cobra por esconder um veneno mostrado a poucos

Coração de pedra a frieza é tua sina
Tu foste mineralizado por decepções e erros
Esse é o escudo que o protege de paixões impulsivas
E sentimentos que no fundo não são verdadeiros

Não sou averso ao sentimento
Muito menos a um sério e duradouro relacionamento
Apenas deixo minha racionalidade se superar
Pois se o coração se engana, sou eu o preço quem vai pagar

Mitocôndrias, plaquetas, mitose
Compartilham a função de regeneração
Mas nenhuma maravilha orgânica pode
Regenerar um ferido coração

Mesmo tendo inclinação à insanidade
Uma loucura sem propósito não cometerei
A maior das loucuras, amar quem não te ama
A quem me ama, a essa sim amarei


4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Nossa! Quão interessante é quase tudo que eu sonhei,um dia confeccionar,porém não havia permissão necessária pra esse tipo de expressão,talvez seja o medo e a vergonha trabalhando com gosto e garra! Adorei

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  3. "Coração de pedra a frieza é tua sina
    Tu foste mineralizado por decepções e erros
    Esse é o escudo que o protege de paixões impulsivas
    E sentimentos que no fundo não são verdadeiros"

    Peço licença para copiar esse trecho e postar em meu blog.


    Muito lindo! =)

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